Soneto do Amor Total

"AMO-TE TANTO, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais

Vinicius de Moraes

Soneto a Quatro Mãos
Tudo de amor que existe em mim foi dadoTudo que fala em mim de amor foi ditoDo nada em mim o amor fez o infinitoQue por muito tornou-me escravizado.Tão pródigo de amor fiquei coitadoTão fácil para amar fiquei proscritoCada voto que fiz ergueu-se em gritoContra o meu próprio dar demasiado.Tenho dado de amor mais que coubesseNesse meu pobre coração humanoDesse eterno amor meu antes não desse.Pois se por tanto dar me fiz enganoMelhor fora que desse e recebessePara viver da vida o amor sem dano





Formosa

(Baden Powell e Vinícius de Moraes)


Formosa Não faz assim Carinho não é ruim Mulher que nega Não sabe não Tem um coisa de menos no seu coração
A gente nasce, a gente cresce A gente quer amar Mulher que nega Nega o que não é para negarA gente pega, a gente entrega A gente quer morrer Ninguém tem nada de bom sem sofrer Formosa mulher


Desalento
(Chico Buarque e Vinícius de Moraes)

Sim, vai e diz, diz assim
Que eu chorei, que eu morri de arrependimento
Que o meu desalento já não tem mais fim
Vai e diz, diz assim
Como sou infeliz no meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim
Diz que eu estive por pouco
Diz a ela que estou louco
Pra perdoar
Que seja lá como for, por amor
Por favor é pra ela voltar
Sim, vai e diz, diz assim
Que eu rodei, que eu bebi
Que eu cai, que eu não sei
Que eu só sei que cansei, enfim
Dos meus desencontros
Corre e diz a ela
Que eu entrego os pontos


Nenhum comentário:

Postar um comentário